CNI e Sebrae investirão R$ 21 milhões para estimular exportação de micro e pequenas empresas
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas(Sebrae) assinaram nesta terça-feira (26) um convênio para estimular e capacitar micro e pequenas a internacionalizarem suas operações. Com investimento de R$ 21 milhões, a parceria atenderá mil negócios nos próximos três anos. O acordo envolve treinamentos, consultorias, rodadas de negócios e apoio para prospecção de mercado, entre outras ações. Conforme estudo do Sebrae feito em 2019, mais de 40% das empresas exportadoras brasileiras são pequenos negócios. Eles foram responsáveis por vendas externas que somaram US$ 1,24 bilhão em 2018.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, ressaltou a importância de pequenas empresas ampliarem suas exportações. “Ao internacionalizarem as operações, as empresas diversificam o mercado, aumentam o giro no estoque e consolidam a marca, inclusive no mercado interno”, afirmou o presidente. “Há ainda o ganho com a participação em países com realidades distintas da nossa”, completou.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, destacou que, embora sejam numerosas no mundo inteiro, MPEs ainda têm um grande desafio de ampliar as exportações e o faturamento. “É preciso criar a cultura de que as micro e pequenas empresas podem exportar”, observou Melles. “Muitos querem vender seus produtos para fora, mas ainda enfrentam dificuldade”, acrescentou.
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, afirmou que, embora ofertem produtos de excelente qualidade, as micro e pequenas empresas muitas vezes não contam com a mesma estrutura das grandes para conseguir exportar. “Vamos trazer condições para que essas empresas se sintam confortáveis e aptas a enfrentar o mercado internacional. Elas têm produtos de qualidade, são competitivas, mas precisam se estruturar de uma forma que hoje o mercado internacional exige de todas as empresas”, ressaltou.
NEGÓCIOS – O convênio assinado nesta terça-feira prevê a realização de atividades logo após o mapeamento das necessidades dos empresários, a partir de estudos de inteligência comercial. O acordo enfrentará uma das maiores dificuldades encontradas pelas MPE para exportar, que é identificar mercados no exterior, com missões prospectivas e comerciais, possibilitando às empresas conhecer as realidades do mercado alvo, além de intensificar o relacionamento com possíveis clientes. O acordo propõe, ainda, rodadas de negócio no Brasil com compradores estrangeiros ou em eventos internacionais com o objetivo de geração de negócios.
Os empresários receberão capacitações presenciais e virtuais em temas relacionados a mercados e setores, ou transversais ao processo de exportação. O convênio prevê também investigações em mercados potenciais para analisar informações estratégicas sobre acesso, venda, regulamentação, desembaraço e concorrência. O trabalho será feito para grupos de 20 empreendimentos em pelo menos quatro estados, podendo ser dos tipos mercadológico estruturante, mercadológico comercial e tecnológico.
O objetivo do convênio é aumentar o indicador de aptidão para internacionalização das micro e pequenas empresas em 15%, mesmo percentual esperado para que empresas participantes com produtos, serviços ou processos novos ou aperfeiçoados, se adequem ao mercado internacional. A expectativa é ter, pelo menos, 20% das firmas participando de ações de promoção de negócios, e obter 80% de satisfação dos empresários em relação à qualidade dos serviços das equipes dos Centros Internacionais de Negócios e das unidades estaduais do Sebrae.
A iniciativa faz parte da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), coordenada pela CNI para promover a internacionalização das empresas brasileiras por meio de um conjunto de serviços customizados a suas necessidades. Presente nas federações de indústria dos estados e do Distrito Federal, a Rede CIN conta com especialistas em comércio exterior, que desenvolvem soluções encadeadas e complementares para assegurar uma atuação competitiva e sustentável no mercado internacional de empresas brasileiras.
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